A questão da mentira e da verdade é um dos maiores dilemas da humanidade. Pretende-se abordar o gênero crônica, a adaptação da crônica para a linguagem audiovisual e alguns contextos históricos presentes no texto. Para isso:
- Analisar a origem dos termos;
- Pensar tanto na verdade quanto na mentira enquanto elementos do cotidiano;
- Buscar as implicações da mentira e da verdade: Devemos falar a verdade sempre? Em algum momento, é permitido ou aconselhável mentir? Por que mentimos? Por que, muitas vezes, temos medo de dizer a verdade?
- Refletir sobre o gênero crônica;
- Analisar a adaptação da crônica para a linguagem audiovisual;
- Conhecer os conceitos filosóficos de verdade e mentira;
- Identificar os fatos históricos indicados na crônica, no ano em que ela foi escrita/publicada.
1°- Levantar o tema principal que será abordado no curta e na
crônica: mentira x verdade. Para isso, reunir a sala numa roda de
discussão, e incitá-la por meio das perguntas: O que é mentira e o
que é verdade? Devemos, sempre, trabalhar com a verdade? Em que
situações dizer a verdade pode prejudicar alguém ou causar um mal-
estar? Vale a pena dizer uma mentira "inocente"? E quando você diz
a verdade e as pessoas não acreditam, o que fazer? Pedir para que
os alunos anotem os principais tópicos da discussão e a conclusão
(ou não) gerada por eles sobre o tema.
2°- Apresentar o curta aos alunos. Após apresentá-lo, reunir a
turma numa nova roda de discussão e incentivá-los com as perguntas:
O que acharam do filme? De acordo com o que foi discutido, vocês
acham que a postura do marido foi correta? Ele deveria ter dito a
verdade? Num trabalho interdisciplinar com o professor de
Filosofia, discuta com os alunos os conceitos de verdade e mentira,
por meio da filosofia.
3°- Apresentar a crônica escrita aos alunos. Discutir com eles as
adaptações feitas do texto escrito para a linguagem audiovisual. A
partir disso, apresentar o gênero crônica, aos alunos. Mostrar,
por meio da crônica de Luis Fernando Veríssimo, as características
do gênero, ressaltando a linguagem leve, o humor e os assuntos
cotidianos e atuais (no caso da crônica apresentada, a época em que
ela foi escrita). Trazer, para exemplificar, outras crônicas do
mesmo autor ou de outros autores.
4°- A partir do que foi explicitado nas etapas anteriores, pedir
aos alunos que escrevam suas próprias crônicas. Sugerir que eles
utilizem um tema polêmico e atual para que a crônica fique mais
interessante. Depois da primeira correção do professor e do acerto
pelos alunos, expor as crônicas num "Mural Literário".
5°- Avaliação: verificar se os alunos compreenderam e analisaram
criticamente a adaptação da crônica para o curta e se compreenderam
os conceitos de verdade x mentira.
A formação do caráter nos pede a integridade e, como parte dela, a verdade como resposta irremediável. Para que possamos compreender verdadeiramente a força da verdade, é preciso viver esta ideia e conhecer o conceito, a partir daquilo que grandes homens pensaram sobre o tema, como filósofos e literatos. Precisamos igualmente conhecer a mentira, o que significa os motivos pelos quais todos acabam em algum momento utilizando deste expediente e, mesmo, se há situações justificáveis para seu uso.
Mentir é pior que trair, pois você priva o outro de viver uma real felicidade. Sabemos que viver a verdade nua e crua é muito difícil. Mas, não há nada melhor do que termos a consciência tranquila, de saber que apesar das dificuldades nossa vida é um jogo tão excitante que nos permite jogar de uma maneira livre e aberta.
Falando a verdade você tem: liberdade de ação; segurança em poder olhar no olho do outro e expor o que pensa e sente; e adquire confiança em si mesmo.
Mas, como vivemos em um mundo de aparências, onde, por mais que você tente ser autêntico, verdadeiro, os outros não aceitam tal atitude. É mais conveniente aceitar uma mentira do que encarar a dura verdade.
Você deve saber que ao primar pela verdade você sempre será visto com certa desconfiança pelas pessoas que o cercam, não é fácil, é duro, mas vai de você escolher o que é melhor para si.
Essas foram as principais reflexões extraídas das discussões após as aulas. Enfim, foi uma experiência muito produtiva o uso do curta "Mentira" em sala de aula.