Despertar nos alunos um olhar diferente da sociedade como um todo, provocando interesse em conhecer sobre as condições de vida das pessoas com deficiência visual e de baixo poder aquisitivo o que dificulta ainda mais a vida dessas três irmãs, fazendo-os entender que esse também é um problema de caráter econômico, além de social. A partir desse ponto de vista, construir novos cidadãos aptos para lidar com as diferenças e capazes de reprimir a ação preconceituosa da sociedade que exclui de forma impiedosa as pessoas portadoras de deficiências (seja qual for), privando-as de seus direitos básicos (estudar, trabalhar,etc.).
Previamente foi debatido em sala o principal tema acerca do filme. Assistimos ao DVD, discutindo-se, em seguida, a opinião de cada um a respeito do que haviam assistido. Pedi para que fizessem uma pesquisa sobre como vivem as pessoas portadoras de deficiência visual, pela internet, livros e principalmente conversando e entrevistando pessoas portadoras dessa necessidade. Fizemos algumas experiências para que eles observassem o quão complicado é o dia-dia dessa pessoas. O objetivo dessas atividades era fazer com que eles sentissem na pele as barreiras enfrentadas por cegos, e que eles percebessem que uma simples atividade que nós realizamos com facilidade pode ser muito complexo para alguém que não enxerga. Alguns grupos visitaram o Instituto de Cegos de Uberaba, lá eles fizeram atividades como: entrar de os olhos vendados e andar dentro do instituto, de olhos fechados reconhecer os amigos pelo tato, tentar fazer algumas atividades que fazem diariamente... A partir desses estudos, foram feitas produções textuais com reflexões realizadas por eles durante essas experiências. Para concluir, os trabalhos foram apresentados com debates entre os grupos trocando as experiências vividas
O resultado desse trabalho superou minhas expectativas, pois a minhas turmas, demonstraram uma grande motivação para trabalhar esse tema. Foi possível observar que os alunos estavam mais receptivos às diferenças, melhorando o relacionamento com os colegas. Também percebi que passarão a respeitar mais as pessoas portadoras de deficiências múltiplas, idosas, negros e todos os diversos grupos separados pela diversidade cultural, sabendo que a importância das pessoas não está naquilo que elas tem a oferecer. Eles motivaram-se a estudar e a lutar por aquilo que sonham, tendo como exemplo os internos do Instituto de Cegos de Uberaba e as três irmãs cegas, que mesmo com todas as dificuldades conseguem sobreviver e se tornarem conhecidas nacionalmente, o que descreve bem o titulo do filme: "A pessoa é para o que nasce".
