Relato de atividade em sala de aula

A CULTURA BRASILEIRA

08/11/2007
Química
Ensino Médio
40
Silvana Albadalejo Garvi



Pensar em educação hoje é pensar em recursos que não sejam só lousa,
aula expositiva,
equipamentos com tranparências, mas em utilizar outras linguagens,
também visuais e auditivas. Sendo assim,
quando utilizamos um filme para trabalharmos a história de um determinado
período estamos fazendo uma interação de códigos.
A escolha do curta "Enquanto a Tristeza não vem" está relacionada a um questionamento sobre a cultura brasileira e sua transformação no curso da história, que no depoimento de Sergio Ricardo fica muito evidente.
Aproveitando aulas sobre o periodo de 1946 a 1964 , 1964 a 1985
e de 1985 a 2007 para 3º ano do Ensino Médio, utilizamos o curta para questionar e refletir sobre a Cultura brasileira de 1946 a 2007.

O projeto foi divido em três partes: A primeira com aulas expositivas sobre cada período da História, enfocando os aspectos políticos, sociais e econômicos. A segunda parte constituida por uma pesquisa em grupo sobre uma música e seu cantor. Cada grupo precisava pesquisar sobre a biografia do cantor e interpretar as letras das músicas. As músicas foram escolhidas pela professora: Enquanto a tristeza Não Vem - Sergio Ricardo, Doralice - João Gilberto, Pra não Dizer que Não falei das Flores - Geraldo Vandre, Apesar de Você - Chico Buaque, O Bebado e a Equilibrista - Elis Regina, Televisão - Titãs, A Minha Alma - Rappa, Negro Drama - Racionais. Cada grupo apresentou a biografia do seu cantor e a interpretação da música , com discussão aberta a quem quisesse se posicionar diante da interpretação. Em seguida escutamos a música, mediando-se a reflexão sobre a forma culta no Brasil. Na terceira ocorreu a exibição do Curta, quando todos já sabiam quem é Sergio Ricardo.Viram o filme no primeiro momento sem entendê-lo, depois houve uma nova apresentação com intervenções e informações pela professora.

Alguns alunos chegaram a conclusão que a midia é responsavel pelo empobrecimento cultural brasileiro. Não há no Brasil uma valorização de uma cultura mais refinada ou uma cultura de raiz . Segundo eles, a culpa é do próprio povo que não está interessado pela educação.Nas discussões tivemos momentos de descobertas de novas músicas, com observações como "é linda esta música professora" quando estudamos Pra não dizer que não falei das flores; ou quando escutamos Apesar de Você: "é um samba !!"; "Eu conhecia a música mas não tinha entendido", em relação a canção "O bebado e a Equlibrista", e ainda, "É, realmente, os Titãs têm razão"... No momento de discussão sobre "a tristeza mora na favela", muitos alunos que vivem esta realidade, entendem o que é a tristeza, mas não concordam com a idéia da tristeza. Nas conclusões da dinâmica de grupo, disseram que Os Racionais são representantes desta comunidade carente de cultura, buscando mostrar para o Brasil o cotidiano da população da favela, mas que também "fazem um som que não possui uma origem brasileira". Muito vezes o assunto esteve relacionado à questão da educação: como o jovem vê a escola hoje e os porquês da não valorização da educação no Brasil. O trabalho com o curta trouxe uma nova proposta de aula, aprovada pela professora e pelos alunos, oportunizando-nos "aprender a aprender", já que houve troca de conhecimentos, o que realmente buscamos na educação.